Em artigos anteriores tratei da importância de se escolher a Estratégia certa e de elaborar Planos de Negócios que definam ações e os recursos necessários, que gerem eficiência na Execução, e obtenção dos resultados esperados.
Como descrevemos no texto “O Papel do Líder na Comunicação da Estratégia”, o pleno conhecimento da Estratégia e do Plano de negócio, por parte das equipes responsáveis por sua Execução é fundamental para tornar a Estratégia em realidade e lograr os resultados projetados.
Para desenvolvermos equipes de alto desempenho, é importante que exista uma perfeita sincronia entre Líder e Liderados para conseguir o máximo de engajamento e foco na realização das atividades prioritárias.
Para obter a Sincronia desejada, será importante capacitar Líderes e Liderados, através de treinamentos específicos que aprofundem o conhecimento do Plano de Negócios e que identifiquem claramente quais serão as atividades cruciais que as equipes deverão desempenhar.
Como o Treinamento é muito importante para o sucesso das equipes e consequentemente da empresa, convidei o Professor Fábio Tescari, que é especialista neste assunto, para compartilhar seus conhecimentos e reflexões sobre o tema.
A seguir reproduzimos o artigo preparado pelo Professor Tescari:
O entendimento dos pilares estratégicos de uma organização e o engajamento na execução dos planos de ação são aspectos muito desejados pela administração em relação às diversas equipes envolvidas no dia-a-dia do negócio. Um grande desafio é definir quais iniciativas podem ser desenvolvidas para ampliar o impacto de tais aspectos.
As diferentes equipes e, as pessoas que as compõem, apresentam diferentes estágios de maturidade no que se refere à carreira, ao tempo de casa (e, consequentemente, à conformidade com a cultura da organização) e à abrangência da visão sobre seu papel na criação de valor para a organização. Trata-se de um intrincado conjunto de competências que precisa ser ajustado para garantir o alinhamento estratégico que leva a uma execução mais bem conduzida. Ou seja, deve-se buscar a identificação dos gaps entre as competências requeridas e observadas nas equipes. E então capacitá-las a adquirir ou a aprimorar tais competências. Neste ponto, vale discutir como os treinamentos ajudam no processo de execução estratégica, além de compreender as possibilidades de melhorias no processo de treinamento e desenvolvimento de equipes por meio da educação executiva.
Há três considerações importantes na definição do formato mais adequado aos treinamentos: a educação motriz, a aplicação combinada e a implantação ativa.
Em primeiro lugar, a educação deve ser o motor para as mudanças que levarão a organização a um patamar mais elevado. Os objetivos de aprendizagem devem estar conectados aos objetivos do negócio, e devem contribuir também para o desenvolvimento profissional de cada participante.
O treinamento ganha mais relevância quando é percebido como útil tanto do ponto de vista coletivo quanto individual. Quer seja numa perspectiva inovadora ou de reciclagem de conceitos, os colaboradores e colaboradoras participantes esperam que o treinamento os ajude a executar melhor suas atividades, fomentando a integração entre os processos internos e a qualidade e a produtividade dos aspectos funcionais.
O segundo aspecto a ser destacado é a aplicação de soluções educacionais combinadas com as necessidades identificadas em processos de reflexão estratégica ou de consultoria em gestão. Uma vez definido o contexto teórico, com uma visão melhor do que precisa ser feito na organização, o planejamento da educação executiva deve buscar uma abordagem prática que corresponda a esse contexto, aportando as ferramentas mais adequadas para utilização pelas equipes.
Desta forma, é importante considerar a possibilidade de treinamentos personalizados, de modo que proporcionem a melhor experiência de aprendizagem para cada público específico, em seu contexto específico. Metodologias vivenciais, que combinam ações presenciais e remotas, são alternativas indicadas para esse processo.
Por fim, o desenho dos processos de treinamento deve garantir uma implantação ativa, capacitando os profissionais para os novos desafios definidos pelo mercado. Com a equipe alinhada às diretrizes da transformação estratégica, é de se esperar que se estabeleça um ciclo virtuoso de geração de resultados tangíveis para as pessoas e para a organização. Portanto, o acompanhamento dos resultados após a aplicação dos treinamentos é mandatório.
Calhoun Wick, Roy Pollock e Andrew Jefferson, em seu livro “As seis disciplinas que transformam educação em resultados para o negócio” (Editora Évora, 2011), destacam essa questão em duas disciplinas. No âmbito do apoio à performance, com vistas a garantir a aplicabilidade do conteúdo do treinamento na execução dos diferentes planos de ação desenhados para a estratégia corporativa, os autores sugerem iniciativas que auxiliem as equipes a acessar os aprendizados de maneira facilitada. Os exemplos discutidos, as atividades realizadas, os resumos dos conteúdos e as lições aprendidas são instrumentos eficazes para a conversão do aprendizado em ação.
A sexta disciplina, relacionada à documentação dos resultados, tem por base a comparação entre indicadores que representam os objetivos do negócio, antes e depois da realização dos treinamentos. Para isso, deve-se definir previamente a periodicidade das medições, os dados a serem coletados e analisados, e a definição de sucesso para esse processo de aprendizagem. Essa prática não só revela o acerto no planejamento dos programas de educação executiva, assim como possibilita a realização de ajustes e melhorias em seu desenho como apoio à execução.
Os treinamentos de educação executiva, portanto, são uma parte extremamente importante da execução dos planos de ação derivados do processo estratégico, seja pelo alinhamento das iniciativas, seja pela capacitação e desenvolvimento dos profissionais. Mas é necessário levar em conta as definições que possam trazer maior eficácia a esse importante processo.
O Professor Fábio Tescari, que leciona na FGV, IBMEC e no INSPER, é fundador da Orizontex, que é uma empresa de consultoria voltada para treinamentos corporativos que pode gerar muito valor para os clientes que a contratam.
A Orizontex e ACBORRIERO trabalham juntas para oferecer ao mercado serviços de consultoria que podem levar os clientes a um outro patamar de produtividade e de resultados.
Autores:
A. C. Borriero
Fabio Tescari